28 janeiro, 2009

Preposições

Para o amor não existe frações, se ama por inteiro, se vive por inteiro, doe por inteiro, perde por inteiro.
A espantosa realidade da ausência desperta em mim a consciência de um destino trágico – audiência -, e pensar que durante algum tempo perto da eternidade, nós juntamos o “você e o eu”. É que seu amor me partiu o peito.

Eu me sinto doente no coração. Não digo, ‘de’ pelo fato de não quere ser mal compreendida, prefiro ainda o rotulo de dominadora voluptuosa e sem amor ao próximo. Afinal, não sei bem o que me restou.
Não leve essa minha insensibilidade a sério.
Por mais realista que seja a dor em meu peito, tento pensar que ele só foi mais um lotário, e que ainda não chegou meu fim.
Na verdade gostaria que ele encontrasse todos os pedaços de mim dentro de alguma gaveta esquecida de seu quarto. Que ele não tivesse deixado de me amar, ou que ele nunca tivesse me amado, ou ainda que eu nunca tivesse acreditado – assinale a alternativa menos humilhante.

Como desejei poder encontrar o "nós" desaparecido! Mas parecia que o "nós" não estava apenas ausente. Estava morto. Os segundos viraram dias, os dias semanas, meses e agora lembranças. Inferno.
Supere isso e, se não puder supe­rar, supere o vício de falar a respeito. E se eu não quiser superar, eu não vou a nenhum lugar. A maior dor não é por ainda estar respirando, mas sim porque preciso deixar que ele saia de mim, expulsa-lo. Como ele fez. Afinal, estamos longe. Abandonar o passado é realmente um sacrifício tão doloroso quanto olhar pro lado e não vê-lo. Porque eu sei que se esquecê-lo estarei o perdendo para sempre.
Foi assim, meu amor todo para ele, por ele e com ele. O estrago entre minhas entranhas não me deixa dormir. E tudo porque não coube mais nada entre nós, nem as palavras. Porque o amor me cala.

27 comentários :

Anônimo disse...

voce resume bem em suas primeiras linhas o porque nunca quis amar, e nas ultimas o porque continuo acreditando que essa decisão seja correta

já havia me esquecido de como a senhorita escreve bem :)

Emanuela Régia disse...

Apesar do texto soar triste...
Não posso deixar de te parabenizar: escreves muito bem!

Felipe Lucchesi disse...

O amor cala e a falta dele também faz calar.

Luara Quaresma disse...

Morreremos mudos.

Thiago disse...

amor em demasia grita, é quase impossível calar.. já a falta dele... torna sim tudo mais quieto! tudo mais mudo, analfabeto!

Assim, de metade... tu fica ainda mais linda!Me dá sua mão?


:)

Eduardo disse...

Intenso. Eu acho que tenho medo do amor
Obrigado pelo comentário.

Rosana Tibúrcio disse...

Gostei da sua visita, obrigada. Gostei do seu blog, de ver Thiago aqui e de você.
Um beijo

Anônimo disse...

vc me calou =x

Luara Quaresma disse...

Não foi minha intenção.

Felipe Moraes disse...

Para um texto como esse, o meu comentário será mudo.

ARCANO, adicionei seu blog aos meus 'Blogs amigos', ok?

Daniel disse...

Li o seu texto e a definição que eu poderia dar dele é: uma marretada no meio do peito! Forte e verdadeiro.

Eu ainda acho que a pior parte são as lembranças... Malditas lembranças!

Ananda V. Sgrancio disse...

Simplesmente me faltam palavras para dizer o que achei de seu texto, não porque ele esteja ruim ou qualquer coisa do tipo, pelo contrário ele tocou o fundo do meu coração. Mesmo que você não acredite.

Você escreve muito bem. Parabens

http://opniaoinutil.blogspot.com/

Unknown disse...

você no fundo é doce. :)

gostei muito! :)

... disse...

(balancei a cabeça em sinal de "sim" por 4 ou 5 vezes durante o texto, que palavras mais eloquentes do que este gesto eu poderia usar?)

Anônimo disse...

so titulo do seu blog ja diz tudo voltarei aqui outras vezes

Alexandre Gaioto disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Alexandre Gaioto disse...

"O amor é uma desocupação dos desocupados", segundo Diógenes, o cínico. Meus parabéns pelo blogue.

carlos massari disse...

as pessoas sempre falam de amor com palavras e estilos diferentes, mas o sentido e o significado são tragicamente iguais.

Luara Quaresma disse...

Porque se trata do mesmo sentimento.

Pietro disse...

só o tempo... só o tempo... =]

Anônimo disse...

o AMOR é o combustível, mesmo na indiferença, que presenta a ausência de AMOR

Mário disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Você tbm escreve suepr bem.
Vou passar aqui sempre.

Luiz Phelipe disse...

Não houve vez que eu não gostei do que li aqui.

O amor é particular... Permite as mais diversas interpretações, mas gosto da forma como o define.

Unknown disse...

O amor nunca é demais,não cansa,~deixa fome e mata a sede.
Boa semana e passa no meu canto e fica se te agradar...
eu voltarei

Lucas Castello Branco disse...

Lindo.

- Rafael (: disse...

você escreve perfeitamente bem, sem mais. =*